A decadência do traje masculino

A decadência do traje masculino

por: Plinio Corrêa de Oliveira

 

Analisando apenas o traje masculino, consideremos as vestes comuns dos estadistas do Império ou do começo da República no Brasil. A queda da monarquia neste País deu-se em 1889, cem anos depois da Revolução Francesa. Se confrontarmos os trajes usados por Dom Pedro II ou pelo Presidente Prudente de Morais com os de um governante do século XVIII, notaremos a grande disparidade.
Por exemplo, o chapéu. Antes da Revolução Francesa, este tinha três bicos com a aba levantada nas laterais, adornado de plumas prestigiosas e, em certos casos, bordados com fio de ouro ou incrustados de pedras preciosas.

Bem diferentes da cartola, usada no final do século XIX... Hoje, esta parece uma luxuosa cobertura de cabeça, mas em última análise é um tubo preto, um pedaço de chaminé, embora muitas vezes confeccionada com matéria-prima linda e lustrosa, deitando reflexos variegados sob um foco de luz. Porém, comparada com o chapéu de três bicos, a cartola seria mais adequada a um agente funerário...
Além do tubo sobre a cabeça, usava-se também camisa de peito duro, com colarinho do qual pendia a gravata enfeitada com uma pérola. Houve um minguamento da beleza, notada igualmente nos trajes femininos e em todas as outras coisas.
Se nos transpusermos para o ano de 1918, término da I Guerra Mundial, verificaremos outra imensa mudança nas modas.
A cartola, antes usada diariamente, passou a ser utilizada apenas nas grandes cerimônias. Logo foi sendo substituída pelo chapéu mole de feltro, que suprimia algo da imponência do homem, e cuja "beleza" consistia em estar amassado...
As camisas deixaram de ser engomadas e se tornaram macias. O colarinho, até então alto, obrigando à cabeça manter-se numa posição de sobranceria, foi dobrado.
O paletó, outrora com a distinção da cor preta, tornou-se colorido, com o matiz de papel de embrulho. Comparemos tudo isso com as vestes que um varão de categoria mediana usava antes da Revolução de 1789, e veremos que nem o criado dele se trajava como muitos o fazem hoje em dia.
A esse propósito, contaram-me de alguém que, diante de uma pintura representando uma família do Ancien Régime, apontou para a figura de uma moça e perguntou:
– Quem é essa marquesa?
Na verdade, era a criada da casa...
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Nota: Dr. Plinio Corrêa de Oliveira faleceu em 1995, e naquele tempo já havia uma grande decadência moral e de costumes...mas imagine agora, quando muitos homens usam calcas caindo e cuecas `as mostras, tatuagem por todo o corpo, piercings.