Não pecarás contra a Castidade
Dom Lourenço Fleichman OSB
Na volta às aulas deste
ano de 1999, ficou patente o quanto estamos à mercê de um poder que nos
escraviza. Já há muito que as aulas de ciências servem para corromper a
inocência das crianças, desde as primeiras séries. Vestindo a máscara do
assunto "científico", livros para crianças de 8 anos descrevem a
reprodução humana sem o menor cuidado com as alminhas delicadas de crianças
inocentes, mas que carregam a inclinação da concupiscência e as levam a ter
curiosidades perigosas.
A cada ano aquele assunto
voltará, sob diversos aspectos, mantendo a atenção da criança na fonte de
pecados contra a pureza do corpo.
Mas o que vimos este ano
ultrapassou todos os limites.
Depois de ter estudado
todos esses anos este assunto, depois de terem suas forças minadas, ouvindo os
professores falarem (científicamente!) sempre sobre isso, as crianças de 12-13
anos que ingressaram na 7ª série tiveram que comprar livros de ciências sobre o
corpo humano. Mais uma vez vão falar do assunto. Porém, desta vez, aquilo que
era ciência passou a ser Moral. Dentro do livro, em páginas de coloração
diferente, bem destacado, introduziu-se uma verdadeira aula sobre pecados
diversos contra o 6º mandamento da lei de Deus: não pecar contra a Castidade.
Com ilustrações e desenhos de alta qualidade, o autor ultrapassa todas as
barreiras da ética profissional, invade o campo alheio para deixar de lado a
ciência do corpo e querer falar sobre a ciência da alma! Que autoridade tem
esse autor, ou o diretor da escola que adota este livro, ou um professor que
ouse falar destas coisas para meninas de 12 anos, que autoridade, repito, têm
eles para falar sobre relacionamento sexual e ensinar as crianças a pecar?
Mas eles são
materialistas, não acreditam em nada que não seja palpável e mensurável, não
acreditam mais na alma, criada à imagem e à semelhança de Deus, ou seja,
espiritual, inteligente e livre. Como pode um cérebro, um mecanismo, um corpo
animal, conhecer como nós conhecemos, e amar livremente (conscientemente) como
nós amamos, isso eles não explicam e nem podem explicar. Mentem! Inventam mágicas
inexplicáveis cientificamente segundo as quais o cérebro foi evoluindo,
evoluindo e, aos poucos começou a pensar.....
Logo, nada mais somos do
que animais evoluídos e por isso, devemos usar do sexo como animais!Claro! Não
existe a alma racional para impor aos sentidos uma razão elevada, uma
finalidade sobrenatural. A dúvida é que eles não explicam porque, sendo tão
evoluídos, eles ensinam aos homens um comportamento sexual tão degradante e
baixo, inexistente no mundo animal. Se os homens seguissem o exemplo da
natureza dos animais, que respeitam totalmente as finalidades criadas por Deus,
não pecariam tanto!
Mas voltemos à escola
pervertedora de crianças.
Falta ainda analisar a
atitude dos pais diante desta monstruosidade.
Não existe nada que me
faça entender que um pai, ou uma mãe, deva assistir ao envenenamento de seus
filhos sem nada fazer. Eu bem sei que as crianças não aprendem estas coisas
somente nestes livros, que é preciso acompanhar passo a passo as descobertas
que elas fazem, e ir conversando, instruindo de modo católico, dando-lhes a
consciência do pecado e a simplicidade da confissão, quando caírem. Quantas
vezes eu mesmo ensinei assim.
Mas existem limites.
Uma coisa é a escola
ensinar antes da hora, um aspecto natural do nosso organismo que, em si, nada
tem de errado. Por ser ensinado antes da hora pode provocar curiosidades e
mesmo pecados. Neste caso, pode acontecer que a única saída seja conversas e
explicações para defender os filhos.
Outra coisa inteiramente
diferente é a escola ensinar a pecar, pura e simplesmente. Neste caso, só
existe uma atitude possível. Puxar a espada! Qualquer outra atitude seria uma
fraqueza pecaminosa da parte dos pais.
Creio que a diferença
entre as duas atitudes postas em negrito é bastante clara. Essa diferença
estabelece o tipo de ação, assim como a responsabilidade dos pais em reagir à
altura da gravidade da contaminação.
Daí vem a orientação que
dei aos pais de rasgarem estas páginas dos livros antes das crianças lerem, e
de se organizarem para que seus filhos não assistam às aulas que os professores
derem sobre isso. Mais uma vez: eles não têm autoridade para ensinar a Moral,
para ensinar quando um ato humano é bom e quando ele é mau. A moralidade dos
nossos atos vem de Deus, de sua Lei Santa, da natureza criada e dirigida por
Ele só. Por isso, só a Igreja Católica, única religião Revelada por Deus, pode
nos dizer o que é certo e o que é errado. E os pais têm obrigação de ensinar
assim aos filhos.